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quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Vai faltar dinheiro para financiar imóveis em 2014 Classe C precisará de 1,5 mi de residências até 2016; poupança e FGTS serão insuficientes



A procura da classe média pela casa própria vai puxar o crescimento do setor até 2016, mas os recursos da poupança e do FGTS (Fundo de Garantia do Tempo de Serviço) não serão suficientes para atender a demanda até lá.

A Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança) diz que antes de 2014 os recursos disponíveis para construção e produção imobiliária devem superar aquilo que é captado pelas duas fontes.

Nas previsões do economista José Roberto Mendonça de Barros, ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, a classe C vai precisar de 1,489 milhão de unidades nos próximos seis anos.

- A demanda vai continuar crescendo daqui pra frente. Como ficamos 20 anos parados no mercado, hoje a demanda por imóveis é muito intensa. Não vejo uma bolha, mas vão faltar recursos.

Pelas estimativas do economista, a demanda imobiliária média anual entre 2010 e 2016 será mais intensa na classe média, mas crescerá nas classes A e B. Barros estima que as duas camadas sociais precisem de 50 mil e 178 mil unidades, respectivamente, além do que é produzido hoje.A ascensão social da baixa renda fará com que a demanda das classes D e E diminua: serão necessárias 348 mil unidades a menos do que é feito atualmente.

Luiz Antônio França, presidente da Abecip, diz que o crescimento da classe C é o maior motivo para os bons resultados vistos no setor imobiliário. Segundo os números mais recentes divulgados pelo Ministério da Fazenda, a classe média vai continuar crescendo no Brasil e deve passar das 113 milhões de pessoas até 2014.

- Hoje as pessoas têm mais renda e a prestação cabe no bolso, porque temos prazos maiores de financiamentos. A estabilidade econômica no Brasil, com perspectiva de taxas de juros caindo no longo prazo, faz cair o desemprego, e o consumidor fica mais confiante para tomar a decisão de comprar a residência em 30 anos.Faltará dinheiro

Segundo dados divulgados nesta quarta-feira (11) pela Abecip, os empréstimos para a compra da casa própria com recursos da poupança bateram recorde entre janeiro e junho deste ano.

Foram concedidos R$ 23,8 bilhões (77% a mais do que no mesmo período do ano passado), para financiar 187,6 mil imóveis (51,5% acima do que no 1º semestre de 2009). A poupança, por sua vez, teve captação líquida – a diferença entre o que entrou e o que foi sacado – de R$ 8,8 bilhões nesta primeira metade do ano.

Até junho, o saldo dos depósitos da poupança, a forma mais barata de crédito imobiliário disponível hoje, ficou na casa dos R$ 270,1 bilhões. Um ano atrás, esse número estava em R$ 224,5 bilhões. A previsão é de que, até 2014, o montante requerido para o crédito habitacional passe dos R$ 520 bilhões de saldo.

Na opinião do ex-secretário da Fazenda, o problema para captar recursos vai forçar os bancos e outras instituições a buscarem formas alternativas de conseguirem dinheiro para investir em habitação.

Uma das principais alternativas é unir o mercado imobiliário ao de capitais, por meio de um negócio chamado securitização. O processo permite que os bancos “troquem” suas dívidas de financiamentos (de longo prazo) por dinheiro na hora, ao emitir papéis como títulos de renda fixa (CRI, ou Certificados de Recebíveis Imobiliários). Esses certificados são vendidos a investidores.

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