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domingo, 8 de agosto de 2010

No mês do cachorro louco: Vacine seu animal contra Raiva



Agosto é conhecido como o mês do cachorro louco. Esta expressão popular surgiu por conta da sazonalidade com que as cadelas entram no cio, geralmente por condições climáticas , aumentando o números de machos nas ruas pela disputa das fêmeas e consequentemente as brigas entre estes machos e a maior possibilidade de contágio de doenças infecciosas inclusive a Raiva. Fique atento a vacinação de seu animal porque esta doença é fatal para os mamíferos.

A Raiva foi reconhecida e descrita por volta de 2300 anos A.C. Zinke, em 1804, descobriu a natureza infecciosa da saliva de um cão raivoso. Pasteur, entre 1882 e 1888, demonstrou o neurotropismo do vírus, preparou e utilizou a primeira vacina contra Raiva em um menino (Joseph Meister). Em 1903, a natureza ultrafiltrável do agente foi demonstrada por Remlinger, e Negri descreveu os corpúsculos de inclusão presentes no citoplasma das células nervosas.

“A raiva ou hidrofobia é uma doença infecciosa aguda e mortal transmitida aos mamíferos, inclusive o homem, através da mordida, arranhão ou lambedura de cães, gatos ou morcegos, contaminados pelo Vírus Rábico( pertence à família Rhabdoviridae, gênero Lyssavírus). São espécies susceptíveis principalmente os animais carnívoros (cães, gatos, raposas, chacais, lobos), porém todos os animais homeotérmicos, inclusive o homem. Os morcegos frugívoros e insetívoros podem se tornar infectados, mas os morcegos hematófagos são os principais disseminadores da doença em rebanhos.
A única forma de prevenção é vacinar cães e gatos acima de três meses de idade, incluindo cadela prenha ou no cio, e lactantes”.

TRANSMISSÃO

Freqüentemente a infecção ocorre via saliva e traumatismos cutâneos(mordidas). A disseminação por partículas aerossóis também é possível, desde que a concentração do vírus no ambiente seja bastante elevada, como ocorre nas cavernas onde os morcegos se alojam.

OCORRÊNCIA

A Raiva está presente em todos os continentes, excetuando-se a Austrália e a Antártida.

Atualmente, a doença tem aumentado em incidência, particularmente entre os animais silvestres. A incidência da Raiva em cães e gatos (e consequentemente em humanos) diminuiu sensivelmente em várias áreas, devido aos procedimentos dos departamentos de saúde pública e campanhas de vacinação em massa.

As recomendações para a vacinação obrigatória de cães são bem aceitas pela população; entretanto, os esforços para se incluir os felinos na vacinação obrigatória, ou mesmo voluntária, encontram ainda certa resistência.

Atualmente, a quase totalidade das vacinas utilizadas, tanto em cães, quanto em gatos, constitui-se de produtos inativados.

Na América do Sul, a Raiva é uma das zoonoses mais importantes, com registro anual de 2500 casos fatais em pessoas, 177000 casos fatais em cães e 30000 casos notificados em bovinos.


SINAIS CLÍNICOS

O período de incubação tende a ser curto quando a porta de entrada do vírus está próxima ao SNC, porém existe uma grande variabilidade (de 10 dias a 1 ano), em cães. O período de incubação típico em felinos varia de 3 a 8 semanas.

Os sintomas em animais podem ser resumidos em:

a) raiva furiosa: alteração de comportamento, intensificação da sensibilidade a estímulos luminosos, sonoros e aéreos, perda do senso de limites territoriais, paralisias que se iniciam nos membros posteriores, impossibilitando uma marcha reta, e que evoluem atingindo os músculos da cara e da garganta, de modo a manter a boca aberta por onde escorre saliva e impede a deglutição de alimentos e de água. A morte ocorre por parada central das funções do centro cárdio-respiratório e paralisia da musculatura respiratória e do diafragma;

b) raiva paralítica: alteração de comportamento, procura por locais escuros e isolados, sinais breves ou inexistentes de agressividade, instalação de paralisias seguidas por morte.

c) raiva pruriginosa: sinais indefinidos, com predominância de prurido intenso que leva o animal a se auto-mutilar. Em especial em eqüinos, esta forma de raiva promove danos graves e intensos.

d) raiva muda: os sinais de doença são indefinidos, o animal se esconde e vem a morrer sem diagnóstico clínico.

DIAGNÓSTICO

A Raiva deverá sempre ser considerada no diagnóstico de qualquer doença neurológica de curta duração, incluindo as paresias de origem indeterminada. Antes do diagnóstico de Raiva ser descartado ou confirmado, certas precauções deverão ser tomadas para se minimizar os riscos de contaminação em humanos, e deverá ser feita uma notificação do caso às autoridades sanitárias competentes.

1. Isolar o animal suspeito.
2. Se alguma pessoa foi mordida ou tiver contato estreito com o animal suspeito, deverá lavar imediatamente o ferimento com água e sabão, e procurar auxilio médico.
3. Consultar o veterinário do Centro de Zoonoses. Amostras de tecidos (de preferência da cabeça toda, ou a região do hipocampo cerebral e cerebelo), removidos do animal morto, deverão ser enviadas para laboratórios governamentais de diagnóstico.
4. O veterinário, recebendo o laudo do diagnóstico, deverá notificar as autoridades sanitárias locais. Deverá também comunicar ao proprietário do animal, e deverá colocar os animais expostos ou suspeitos em quarentena.

COLHEITA E REMESSA DE MATERIAL PARA EXAME LABORATORIAL

Deverá ser coletada a cabeça inteira ou cérebro, que deverão ser colocados num isopor com gelo e enviados o mais rápido possível a um Centro de Diagnóstico de Raiva.

TRATAMENTO

Nenhum tratamento deverá ser tentado.
Se o animal exposto ao vírus não é vacinado; em se tratando de animais abandonados, recomenda-se proceder a eutanásia, para coleta de material para diagnóstico laboratorial. Uma alternativa seria manter o animal suspeito sob quarentena de 6 meses, o que nem sempre é viável.

Se o animal exposto, tiver um proprietário e for anteriormente vacinado, recomenda-se o seu isolamento para observação clínica por 10 dias, após o que deverá ser revacinado.

MANEJO DE ANIMAIS SUSPEITOS QUE MORDERAM PESSOAS

Cães ou gatos sadios que morderam pessoas deverão ser confinados e observados por um período de 10 dias, e avaliados por um veterinário, diariamente. Qualquer sintoma que o animal apresente deverá ser comunicado imediatamente ao departamento de vigilância sanitária local. Se houver o desenvolvimento de sinais sugestivos de Raiva, o animal poderá, a critério da autoridade sanitária, ser sacrificado, anteriormente a sua morte natural, e sua cabeça removida e mantida sob refrigeração, para exame a ser realizado posteriormente num laboratório credenciado junto aos órgãos de vigilância sanitária. Qualquer animal vadio que morda uma pessoa poderá ser mantido em observação por 10 dias, ou ser sacrificado imediatamente e sua cabeça ser submetida aos procedimentos acima descritos para diagnóstico de Raiva.

VACINAÇÃO

As vacinas induzem altos títulos de anticorpos neutralizantes, aproximadamente entre 7 e 21 dias após a vacinação (período negativo de imunidade), utilizando-se tanto a vacina a vírus vivo modificado, quanto a vacina inativada. Para obtermos uma imunidade máxima é recomendável a adoção do esquema com revacinações anuais. A primovacinação é recomendada para cães e gatos a partir do terceiro mês de vida.

Um comentário:

  1. Seu blog me ajudou muito, todas as minhas dúvidas foram respondidas, curiosidades também.
    MUITO OBRIGADA =D

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