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quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Menstruação, uma questão de escolha de cada mulher Especialistas defendem o uso contínuo de anticoncepcionais na prevenção de câncer



Menstruação, uma questão de escolha de cada mulher

Especialistas defendem o uso contínuo de anticoncepcionais na prevenção de câncer..Dor nos seios, inchaço nas pernas, cólica, enxaqueca e a tão discutida tensão pré-menstrual (TPM). É por causa destes incômodos, que antecedem à menstruação, que muitas mulheres estão optando por não menstruar. Além de ser um método eficaz contra gravidez, há ainda especialistas que defendem o uso contínuo de anticoncepcionais na prevenção de certos tipos de câncer como o do endométrio e de ovário.


Menstruar é uma questão de preferência pessoal, como ressalta o ginecologista e professor da Faculdade de Ciências Médicas Antônio Eugênio Motta Ferrari. Ele defende que o sangramento mensal não é necessário e sua interrupção traz alívio para muitas pacientes que sofrem com os sintomas pré-menstruais. “Mas a paciente tem que ser avaliada pelo ginecologista para verificar qual o medicamento mais aconselhável para o seu caso específico”, destaca o médico.


Existem, atualmente, diferentes métodos para interromper continuamente a menstruação. Algumas mulheres acabam emendando uma cartela de pílula na outra. Outras recorrem ao DIU, implantes subcutâneos ou injeção (que devem ser aplicadas a cada três meses).


O ginecologista chama atenção, pois não são todos os anticoncepcionais que podem ser ingeridos continuamente, sem intervalos. “Há os com dosagem de hormônios específicas”, disse o especialista. Há ainda mulheres que devem evitar qualquer tipo de anticoncepcional, por exemplo: tabagistas, aquelas que têm problemas na família de trombose, câncer de mama, hipertensão arterial, diabetes e complicações vasculares. “Por isso é importante o acompanhamento médico antes e durante o tratamento”, destaca.


Entre as vantagens da suspensão da menstruação são enumeradas várias pelos médicos. As mulheres têm menos dores de cabeça (algo que aflige até mesmo as que usam a pílula convencional, já que há uma semana de pausa) e têm menos riscos de desenvolver endometriose (presença de endométrio em locais fora do útero). Além disso, elas ficam livres de outros sintomas pré-menstruais.


A atendente comercial Amanda Silva Pardinho de Araújo, 24 anos, por duas vezes já emendou a cartela de anticoncepcional e pensa em fazer da experiência uma rotina. “A primeira vez foi para ir à praia. A segunda foi para não menstruar no dia do meu casamento”, contou Amanda. Ela disse que nas duas situações se sentiu muito bem justamente por não ter que passar pelos sintomas típicos pré-menstruais.


Amanda conta que começou a tomar anticoncepcional justamente por ter retenção de líquidos, situação que melhorou com o medicamento. “Mas fiz tudo com acompanhamento médico. Até a pílula que eu tomo é específica para amenizar este sintoma”, disse ela. Amanda só não optou ainda pelo uso contínuo por achar que deve estudar melhor o método e por sentir que controla melhor a situação quando dá o intervalo de sete dias.


Especialista destaca as vantagens do uso de anticoncepcionais


As pílulas anticoncepcionais, atualmente, promovem benefícios extras para a saúde da mulher, como a redução das chances de câncer de ovário e do endométrio, de mioma do útero e de cistos funcionais ovarianos. O oncologista, pesquisador e professor da faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) André Murad, ressalta que até a menopausa não há problema algum em usar hormônios para evitar a menstruação. “É até benéfico para reduzir as chances do câncer de ovário, uma vez que a mulher irá ovular com menor frequência”, disse Murad.


Todas as mulheres têm risco de desenvolver câncer de ovário, porém, as mais idosas têm mais probabilidade do que as mais jovens. De acordo com dados do Instituto Nacional do Câncer (Inca), cerca de 90% das mulheres com câncer de ovário têm mais de 40 anos, sendo a maior parte com mais de 55 anos.


Câncer de ovário é o segundo tipo de câncer ginecológico mais comum, atrás somente do câncer de útero. Apesar do câncer de ovário representar somente em torno de 3% dos casos de tumores malignos em mulheres, ele causa mais mortes do que qualquer outro câncer ginecológico.


Mesmo ainda não existindo uma prevenção 100% eficaz para a doença, pesquisas mostram que o ato de amamentar, redução da quantidade de gordura na dieta e o uso de anticoncepcional oral são fortes aliados das mulheres. “Cada caso é um por isso as mulheres devem procurar o médico, principalmente as que fazem parte de uma família que têm vários casos. Em certas pacientes, a melhor prevenção é a retirada dos ovários”, destaca Murad.


Pois a turismóloga Beatriz de Souza, 26 anos, resolveu aderir ao uso contínuo de anticoncepcional oral justamente pensando na prevenção do câncer ginecológico. Sua mãe e três tias morreram da doença e, após consultar um especialista, começou a tomar providências. “Além disso, eu sofria com cólicas fortes quando ia menstruar. Hoje, não sinto nada, nem mesmo TPM”, comemora Ana Beatriz.


Já a universitária Ana Carolina Aguiar, 22 anos, começou a tomar pílula por causa das fortes cólicas que sentia. “Mas eu dou o intervalo das cartelas. Acho que deixando a menstruação vir uma vez por mês, vejo que está tudo bem e me sinto mais segura”, disse Ana Carolina.


É importante destacar que a maioria dos métodos anticoncepcionais não protege as mulheres do vírus HIV, HPV e outras doenças sexualmente transmissíveis como gonorreia, clamídia e herpes. A melhor proteção nestes casos é o preservativo masculino.

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