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sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Café e o Sistema Digestivo O café não causa úlcera ou gastrite, mas deve ser evitado por pessoas que possuem estas doenças, junto com refrigerantes,




Não existem evidências de que o consumo regular de bebidas com cafeína possam causar diretamente qualquer problema ou doença gastrintestinal, como úlcera gástrica ou duodenal. Entretanto, pela sua ação estimulante da secreção ácida e de pepsina no estômago, o consumo exagerado de cafeína deve ser evitado por pacientes portadores de úlcera péptica. Mas o café consumido por pessoas normais NÃO causa doenças digestivas como úlcera, gastrite ou outras.O café não causa ou desencadeia doenças como esofagite, refluxo gastro-esofágico, gastrite ou úlcera mas a bebida pode prejudicar pessoas que já possuem estas patologias, sendo por isto pouco recomendado, sendo o risco menor de consumido com leite. A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é uma afecção crônica que afeta 20% da população adulta decorrente do fluxo retrógrado de parte do conteúdo gastroduodenal para o esôfago e/ou órgãos adjacentes ao mesmo, acarretando variável espectro de sintomas e/ou sinais esofagianos e/ou extra-esofagianos (tosse), associados ou não a lesões teciduais. A ocorrência de refluxo não significa existência de esofagite, pois o refluxo gastroesofágico (RGE) ocorre em condições fisiológicas vinculadas à deglutição. A pirose (azia) é uma queixa comum e na grande maioria dos casos ocorre sem causa orgânica, mas sim devido a problemas transitórios do esôfago. A DRGE pode causar esofagite de refluxo, a qual ocorre quando existe regurgitação de forma crônica e persistente do conteúdo gástrico para o estômago, contendo ácido, pepsina e mesmo bile, devido à incompetência permanente ou intermitente do esfíncter esofagiano inferior, podendo ser ou não acompanhada de hérnia do hiato diafragmático. A obesidade, a gestação e os vômitos persistentes também podem causar uma incompetência esfincteriana. A simples presença da hérnia é benigna, caso não ocorra refluxo. Esofagite, úlcera esofagiana e fibrose com estreitamento são as complicações mais comuns, mas a gastrite da porção herniada do estômago pode causar sangramento crônico e anemia ferropriva. Manifestações atípicas da DRGE estão sendo reconhecidas com maior freqüência, como asma, tosse crônica, laringite crônica, dor de garganta e dor torácica não cardíaca. Em mais de 50% dos pacientes com estas queixas a DRGE pode ser responsável, principalmente nos pacientes refratários ao tratamento convencional do problema. Como os pacientes não se queixam de azia ou regurgitação, a suspeita da existência de DRGE pode ser esquecida, devendo sempre um médico ser consultado para esclarecer o problema, principalmente quando uma pessoa sente azia após ingerir café antes de se deitar.

O termo gastrite engloba uma série de queixas vagas como náuseas, anorexia, mal-estar e indisposição gástrica, indigestão com ou sem vômitos. A causa geralmente não é identificada e na maioria das vezes o problema é benigno e de duração limitada. O exame médico (endoscopia) pode detectar, em alguns casos, um processo inflamatório agudo, erosões ou mesmo atrofia na gastrite crônica. A gastrite aguda limitada às camadas superficiais geralmente decorre de alcoolismo agudo, estresse, toxiinfecções alimentares ou ingestão de medicamentos como antiinflamatórios não-esteróides (AINES) ou substâncias corrosivas. A gastrite crônica evolui de forma insidiosa, em pequenos surtos repetidos, desde uma gastrite superficial, que progride para infiltração de células inflamatórias e alterações glandulares até a completa atrofia da mucosa gástrica. No paciente submetido a estresse intenso (grandes queimados, pós-operatório, terapia intensiva) a gastrite aguda é um fenômeno comum. O Helicobacter pylori é um microrganismo Gram-negativo que tem o estômago como seu reservatório e atua como agente causador de gastrite. A bactéria coloniza com especificidade e seletividade as células gástricas secretoras de mucina e é o agente causador na maioria dos casos de gastrite não-erosiva no homem. A colonização da bactéria é proporcional à idade do indivíduo e trata-se da única bactéria a colonizar estômagos secretores de ácido. O consumo de café não causa gastrite mas pode causar desconforto e mesmo sintomas desagradáveis em pessoas com gastrite, devendo por isto ser evitado ou consumido misturado com leite ( 50 % de cada).

A úlcera péptica é uma doença crônica, na qual ocorre solução de continuidade na mucosa gastrintestinal, sendo por uma solução de ácido clorídrico e pepsina. Modernamente acredita-se que, além da úlcera péptica não ocorrer na ausência de secreção (nem sempre ocorre excesso de secreção ácida, pois a maioria dos pacientes com úlcera gástrica apresenta taxas de secreção normais ou abaixo do normal), a úlcera parece também estar associada, na maioria dos pacientes, com a presença do Helicobacter pylori, pelo menos na mucosa do antro gástrico. A integridade da mucosa é mantida por um grande e variado número de fatores, como o revestimento mucoso das células superficiais, a produção de bicarbonato, o fluxo sanguíneo da mucosa e a grande capacidade de multiplicação e renovação celular da mucosa gastrintestinal. Uma série de fatores predispõe à ocorrência de úlcera gástrica ou duodenal, desde fatores genéticos pouco conhecidos até anormalidades na secreção de ácido, pepsina e da defesa da mucosa. O Helicobacter pylori parece poder induzir gastrite superficial aguda que evolui posteriormente para um quadro de úlcera péptica. A úlcera péptica pode ocorrer de forma aguda ou crônica em qualquer local do tubo digestivo banhado por secreção gástrica. A úlcera péptica pode ocorrer no uso de alguns medicamentos (salicilatos e similares, reserpina) ou como conseqüência de uma doença grave, como grandes queimaduras ou cirurgias (úlcera de estresse) ou pode estar associada a tumores endócrinos produtores de gastrina, que estimulam a secreção de ácido clorídrico, levando a uma doença ulcerosa péptica refratária (síndrome de Zollinger-Ellison).

Cerca de 5 a 10% das pessoas adultas desenvolvem úlcera péptica durante a vida, sendo causa comum de morbidade, mas raramente de morte. A úlcera duodenal sintomática é mais comum que a úlcera gástrica sintomática, nos homens e nas mulheres. Os homens têm maior tendência que as mulheres a desenvolver úlcera duodenal, mas a mesma probabilidade de desenvolver úlcera gástrica. A úlcera duodenal geralmente se manifesta na faixa dos 25 aos 55 anos, enquanto a úlcera duodenal ocorre entre os 40 a 70 anos. A úlcera duodenal tem inicio geralmente na faixa dos 40 anos, localizada principalmente no bulbo duodenal. Seu tamanho pode ser variável (milímetros a 1 a 2 centímetros de diâmetro) e pode se estender através da parede duodenal até o pâncreas (perfuração intestinal). Os sintomas podem ser vagos, discretos e atípicos, devendo sempre haver suspeita e investigação do problema em homens adultos com queixas digestivas persistentes. As manifestações, quando presentes, podem ser clássicas como a sensação de azia, pirose, dor epigástrica, de intensidade moderada ou discreta, podendo se irradiar para as costas ou raramente para o ombro. Náusea pode ocorrer junto com vômitos contendo o suco gástrico, com alimentos retidos ou sem resíduo gástrico. Os sintomas ocorrem 30 a 60 minutos após uma refeição, estando ausentes antes do café matinal, piorando durante o dia, podendo ser de maior intensidade entre meia-noite e 2 horas da madrugada, havendo alívio com o vômito ou ingestão de alimentos ou substâncias alcalinas. Remissões espontâneas e exacerbações são comuns e inúmeros fatores podem ser precipitantes, como estresse emocional, trauma ou infecções. A úlcera gástrica se manifesta de maneira similar à úlcera duodenal, sendo talvez mais importante a diminuição da resistência tecidual, onde é comum a história de abuso de salicilatos ou similares. É importante a criteriosa investigação clínica para excluir a possibilidade de malignidade (câncer) , pois cerca de 4% dos casos são devidos a CA gástrico. Os sintomas podem estar ausentes, serem vagos e discretos ou clássicos, com pirose, náuseas, vômitos que ocorrem 30 a 60 minutos após as refeições e são aliviados por substâncias alcalinas. Anorexia, emagrecimento e fadiga são manifestações comuns nos pacientes. Inúmeras complicações podem ocorrer, como hemorragia discreta ou importante, perfuração, estenose ou fístulas. O tratamento clínico proporciona alívio sintomático e cicatrização da úlcera, devendo haver orientação ao paciente de que o problema é crônico, pode recidivar, devendo ser feito o uso de medicação ao menor sinal de desconforto gástrico persistente ou incômodo. O café não é um agente causador de úlcera péptica, mas pode agravar o quadro de pessoas com esta doença, devendo por isto ser evitado seu consumo em excesso, sendo recomendando sua mistura com leite ( 50 % de cada).

A cicatrização em longo prazo da úlcera gástrica ou duodenal pode ser obtida rapidamente através da erradicação do H. pylori, mas sua presença deve ser confirmada antes do início do tratamento. A inibição da secreção ácida combinada com tratamento antimicrobiano é extremamente eficaz no combate ao H. pylori, a reinfecção é rara e a colite induzida por antibióticos é um risco incomum. Este tratamento deve sempre ser feito sob orientação médica. O mesmo deve ser seguido em relação ao café : caso o paciente sinta azia, dor ou mal estar gástrico após consumir café, deve consultar um médico, pois pode apresentar um dos problemas acima que precisam de investigação e confirmação médica.

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