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sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Café e doenças neurodegenerativas O consumo moderado e regular de café parece proteger contra doenças degenerativas como o parkinson






As doenças degenerativas do sistema nervoso central são caracterizadas por morte neuronal de evolução gradual e insidiosa, mas progressiva e irreversível. Na grande maioria dos casos os fatores desencadeantes são ainda desconhecidos pela ciência médica. Um grande número de doenças degenerativo está associado a uma transmissão genética, com herança dominante ou recessiva enquanto que outras doenças ocorrem de forma esporádica em casos isolados de uma família. As doenças hereditárias e/ou degenerativas, pelo fato de ignorarmos a etiologia ou a patogenia, são geralmente classificadas conforme as síndromes clínicas, como a doença de Parkinson e a doença de Alzheimer, dentre outras. Estudos epidemiológicos sugerem um papel protetor do consumo regular de café sobre a doença e Parkinson.A doença de Parkinson, descrita em 1817 pelo médico inglês James Parkinson com o nome de paralisia agitante, é uma doença degenerativa do sistema nervoso central, idiopática, lentamente progressiva, com quatro manifestações clínicas básicas: rigidez muscular, tremor de repouso, bradicinesia (tríade clássica) e instabilidade postural. Adicionalmente podem ocorrer diversas manifestações motoras e não motoras, incluindo distúrbios cognitivos, sensoriais e autonômicos. A doença tem uma incidência de 100 para cada 100.000 habitantes e predomina a partir dos 50 anos de idade, acometendo ambos os sexos. Trata-se de uma doença comum nos idosos, acometendo cerca de 2 % das pessoas acima de 65 anos. Em termos patológicos a doença de Parkinson é definida como um distúrbios neurodegenerativo caracterizado por uma despigmentação da substância nigra e pela presença dos corpos de Lewy. A perda de neurônios pigmentados da substância nigra leva a uma degeneração dos axônios que se projetam para o estriato (núcleos caudato e globo palido), os quais possuem normalmente altas concentrações de dopamina. Ocorre uma diminuição das concentrações de dopamina no núcleo caudado, no putamen e no globo pálido, locais para onde se dirige o feixe nigro-estrial. A morte e ausência dos neurônios da substância nigra que se projetam para o núcleo caudado e putamen resulta em depleção do neurotransmissor dopamina nestas áreas, onde atua como neurotransmissor inibitório da atividade colinérgica, estabelecendo-se uma predominância da atividade colinérgica a nível estriatal. Na maioria dos casos ocorre uma degeneração dos gânglios da base, de etiologia desconhecida. Os corpos de Lewy são inclusões citoplasmáticas eosinofílicas com halo periférico descorado contendo material fibrilar, neurifilamentos e tubulina, decorrente talvez de uma degradação estrutural a partir de um acúmulo anormal do citoesqueleto. Os corpos de Lewy constituem uma característica histológica da degeneração neuronal da doença de Parkinson e sua ausência permite duvidar do diagnóstico. Estudos epidemiológicos mostram que o consumo regular e moderado de café pode prevenir ou retardar o aparecimento da doença de Parkinson.
Doenças Neurodegenerativas

Na doença de Parkinson clássica há múltiplos fatores etiopatogênicos, como predisposição genética, envelhecimento (acima dos 60 anos) e fatores ambientais (agrotóxicos, resíduos industriais), sendo que a síndrome parkinsoniana pode ser causada por infecções virais (encefalite letárgica), intoxicações (monóxido de carbono, dissulfeto de carbono, manganês) ou medicamentos (clorpromazina, levomepromazina, flufenazina, haloperidol, metil-dopa, metoclopramida, reserpina, flunarazina, cinarazina). A doença ocorre geralmente após os 40 anos, com uma maior incidência com o decorrer dos anos. Evolui de uma maneira insidiosa com pelo menos um dos sintomas característicos. Em repouso o paciente apresenta um tremor rítmico, intermitente de uma ou ambas as mãos. Os músculos tornam-se rígidos e há uma lentificação dos movimentos. A face fica sem expressão, tipo máscara. O tremor ocorre principalmente nos membros superiores (mas também membros inferiores e cabeça) e a rigidez do tipo plástica acomete membros, tronco e cabeça. A acinesia se caracteriza por uma debilidade de movimentação com desaparecimento dos movimentos automáticos e/ou acessórios, dando ao paciente um aspecto estático. Distúrbios da marcha, alterações posturais e alterações vegetativas (hipersalivação, sialorréia) ocorrem associados a depressão psíquica e graus variáveis de demência. O paciente apresenta dificuldade em levantar-se de uma cadeira e a marcha torna-se lenta e arrastada, com uma tendência a propulsão progressiva. A capacidade de escrever diminui, tornando-se trêmula e a palavra torna-se lenta, monótona e pouco audível. Dermatite seborréica pode ser proeminente e a doença pode progredir através dos anos tornando o paciente eventualmente incapacitado, o qual pode ficar imobilizado, incapaz de escrever ou mesmo de virar-se no leito. A alimentação fica prejudicada bem como o ato de urinar e defecar, podendo evoluir para a inanição e complicações como escaras de decúbito infectadas e pneumonia. A doença clássica pode ser dividida em diferentes subgrupos, com padrões clínicos específicos, como doença de Parkinson com tremor como forma dominante, onde a bradicinesia é menos intensa e a progressão da doença é mais lenta. Outro subgrupo apresenta como manifestações dominantes a instabilidade postural e dificuldade na marcha, ocorrendo em pessoas mais idosas, havendo uma maior incidência de distúrbios cognitivos e uma progressão mais rápida da doença. Estudos epidemiológicos mostram que o consumo regular e moderado de café protege o aparecimento da doença de Parkinson.

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