Ração humana: mitos e verdades .de VANESSA ARAÚJO

Uma pesquisa realizada pelo IBGE, em 2004, constatou que, no Brasil, 38,8 milhões de pessoas apresentavam excesso de peso. Dentre estas, 10,5 milhões foram consideradas obesas. Segundo dados do Ministério da Saúde (2009), anualmente, cerca de 260 mil brasileiros perdem a vida em decorrência de doenças relacionadas a uma alimentação inadequada. Nesse sentido, um fator alarmante é o acarretamento de uma série de doenças causadas pelas dietas populares, sem acompanhamento de um profissional qualificado. No Brasil, a dieta da moda se chama ração humana. A mistura de ingredientes triturados, geralmente consumida junto com um líquido, substituindo uma refeição de quem a utiliza, tem se tornado tão popular que está motivando pesquisas acadêmicas em todo o País. Quais os benefícios e os riscos de fazer uso deste composto? Nesta matéria especial, a Folha de Pernambuco mostra os mitos e verdades associados aos reais efeitos do consumo deste alimento.

A busca desenfreada pelo emagrecimento tem feito muitas pessoas buscarem soluções “milagrosas” que prometem efeitos rápidos. No Brasil, depois do chá verde, da dieta dos pontos e da dieta das sopas, a nova tendência que dá esperança para auxiliar na perda de peso e melhorar a qualidade de vida das pessoas é a ração humana. Para os novos adeptos, o nome causa estranheza num primeiro momento, mas ao saber do que se trata, o termo “ração” passa a fazer sentido.Trata-se de um combinado de ingredientes variados, compostos de fibras, que, por estarem triturados, apresentam cor e forma semelhantes à ração animal. A maioria delas contém fibra de trigo, linhaça, leite de soja, levedo de cerveja, gergelim, gérmen de trigo, aveia, guaraná e gelatina em pó, cacau e açúcar mascavo. Por prometer tantos resultados, a mistura tem se tornado cada vez mais conhecida no País. No entanto, sendo utilizada sem restrições e como substituta de refeições, a ração humana pode causar sérios riscos à saúde das pessoas.

Segundo o educador físico Erb Santos, os ingredientes que compõem a ração humana têm efeitos comprovadamente positivos para o organismo. No entanto, ele aponta algumas restrições para o uso do composto. “Temos comprovações científicas dos benefícios que causam. Inclusive, a pessoa que criou a ração humana resolveu se alimentar dessa forma porque viu que os ingredientes legitimamente fazem bem ao corpo humano, os quais têm baixo valor calórico, ajudam no funcionamento do intestino e no emagrecimento. No entanto, minha opinião é de que a ração pode ser utilizada apenas se houver um acompanhamento nutricional. O maior problema é que as pessoas estão tomando indiscriminadamente e de forma exagerada. O recomendado é tomar três colheres divididas ao dia, mas as pessoas estão tomando nove vezes ao dia. E isso pode acarretar uma série de problemas para a saúde”, explicou.Um dos principais problemas associado ao uso da ração humana é que as pessoas “montam” sua composição através de receitas prontas disponíveis na internet. Os produtos podem ser vendidos separadamente e misturados em casa. Mas há alguns que são comercializados prontos. “Acredito que é um perigo tomar o produto quando ele é vendido já misturado, porque não se conhece a dosagem e a pessoa não sabe o que é adequado ao seu organismo. Cada um deve tomar o composto correspondente às suas necessidades e de acordo com suas características. Uma pessoa que tem diabetes, por exemplo, não pode tomar as misturas que contenham açúcar mascavo. Já aqueles que têm hipertensão arterial não podem tomar as que apresentam dosagens de sódio”, alertou Erb Santos. Outro ponto que o educador físico aponta são os riscos para a falta de registro na Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). “Por se tratar de algo que é para ser consumido, deve-se ter muito cuidado com a higiene na manipulação e a conservação desses produtos”, disse.Veja o video>>http://www.youtube.com/watch?v=wi1MclTmHPU&feature=related.Atenção:consumir mais água ,após a ingestão, e que nenhuma refeição deva ser substituida pela ração.Olha tem riscos tambem. cuidado.